terça-feira, 23 de novembro de 2010

A paz que buscamos no trânsito - Artigo do Dr. Jorge Eduardo

                A via, o veículo e o homem são os três essenciais componentes do trânsito. A eles somam-se outros que em grande ou pequena escala são importantes na busca de um trânsito mais humano, responsável, fluindo bem e em paz. É bem verdade que estamos longe de conseguir tal façanha, devido às ruas e avenidas estreitas, excesso de semáforos ou sinalização inadequada, aumento considerável do número de veículos em circulação e a ação egoísta, por vezes violenta do homem, seja na condição de condutor ou pedestre.

                Penso que o poder público, que tem a obrigação de estabelecer as condições necessárias para a implantação de um sistema viário capaz de assegurar a fluidez do trânsito, precisa evidentemente da fundamental colaboração do elemento homem, enquanto partícipe dessa atividade comum, como forma de se instituir a paz no dia a dia dos que vão e vem sobre a via.

                Observe-se que as campanhas pela paz no trânsito aumentam a cada ano, promovidas pelos Detrans, organizações não governamentais, movimentos independentes e outras instituições preocupadas em pelo menos diminuir o elevado número de acidentes responsáveis por enfermidades, mutilações, mortes e gastos exorbitantes do erário nas áreas de saúde e previdência.

                É no cotidiano que nos assustamos com o procedimento humano no trânsito. Vemos motoristas estressados, sem querer perder um minuto, desobedecendo à sinalização, desrespeitando o próximo, não lhe concedendo a vez, deixando de facilitar a saída de outro veículo do estacionamento, dando a popular trancada, buzinando insistentemente assim que o sinal fica verde, atitudes essas causadoras de desentendimentos capazes de gerar um ato de extrema violência, como tem ocorrido com relativa freqüência, principalmente nas grandes cidades.

                Com o slogan “a paz é a gente que faz”, a mais recente campanha encetada pelo Detran da Paraíba, enfoca bem o tema como ato de vontade própria de cada um. Acrescento que nenhum órgão ou instituição por mais que se dedique a promoverá, senão o homem agindo com obediência as normas de trânsito e profundo respeito ao próximo, entendendo de uma vez por todas que, no trânsito, não haverá paz sem educação.


*Advogado com atuação na área de família, instrutor de trânsito da disciplina de legislação de trânsito, Assessor Jurídico do DETRAN/PB e botafoguense de coração.

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