quarta-feira, 21 de abril de 2010

Cantiga de amor para Brasília


Há quem te veja nave de aço, avião 
mas eu te vejo ave de pluma,
asas abertas sobre o chão.

Há quem te veja futurista e avançada 
mas eu  recolho em ti a paisagem rural
lá de onde eu vim:
fazenda iluminada.

E quem declara guerra a teu concreto armado 
nunca sentiu a paz do teu concreto desarmado.
Há quem te veja exata, fria, diurna e burocrática
mas te conheço é gata noturna, quente, sensual - enigmática.

Há quem te gostaria só Plano Piloto, teu lado nobre, 
mas eu também te encontro na periferia, teu lado pobre.
Há quem só te reconheça nos cartões postais
mas eu te vejo inteira, Planaltina,
cercada de Gamas, Guarás e Taguatingas.

Aos que só te querem grande - Patrimônio Mundial, 
egoisticamente te declaro patrimônio meu, exclusivo:
Brasília minha
e, no meu bem-querer diminutivo, Brasilinha.

0 comentários:

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial