quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A TIGELA DE MADEIRA


          Um senhor de idade foi morar com seu  filho, nora e o netinho de quatro anos de idade.
          As mãos do velho eram trêmulas, sua visão embaçada e seus passos vacilantes.
          A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trêmulas e a visão falha do avô o atrapalhavam na hora de comer.
          Ervilhas rolavam de sua colher e caíam no chão.
          Quando pegava o copo, leite era derramado na toalha da mesa.
          O filho e a nora irritaram-se com a bagunça.
          - Precisamos tomar uma providência com respeito ao papai – disse o filho.
          - Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente
comendo com a boca aberta e comida pelo chão.
          Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o avô comia sozinho enquanto o restante da família fazia as refeições à mesa, com satisfação.
          Desde que o velho quebrara um ou dois pratos, sua comida agora era servida numa tigela de madeira.
          Quando a família olhava para o avô sentado ali sozinho, às vezes ele tinha lágrimas em seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram admoestações ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
          O menino de 4 anos de idade assistia a tudo em silêncio.
          Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu  que o filho pequeno estava no chão, manuseando pedaços de madeira.
          Ele perguntou delicadamente à criança:
          - O que você está fazendo?
          O menino respondeu docemente:
          - Oh, estou fazendo uma tigela para você  e mamãe comerem
quando eu crescer.
          O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho.
          Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos.
          Então lágrimas começaram a escorrer de seus olhos.
          Embora ninguém tivesse falado nada, ambos sabiam o que precisava ser feito.
          Naquela noite o pai tomou o avô pelas mãos e gentilmente
conduziu-o à mesa da família.
          Dali para frente e até o final de seus dias ele comeu todas as
refeições com a família.
          E por alguma razão, o marido e a esposa  não se importavam mais quando um garfo caía, leite era derramado ou a toalha da mesa sujava.

Evangelho segundo S. Mateus 18,21-35.19,1.
Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Por isso, o Reino do Céu é comparável a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo ao princípio, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor ordenou que fosse vendido com a mulher, os filhos e todos os seus bens, a fim de pagar a dívida. O servo lançou-se, então, aos seus pés, dizendo: 'Concede-me um prazo e tudo te pagarei.’ Levado pela compaixão, o senhor daquele servo mandou-o em liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, apertou-lhe o pescoço e sufocava-o, dizendo: 'Paga o que me deves!’ O seu companheiro caiu a seus pés, suplicando: 'Concede-me um prazo que eu te pagarei.’ Mas ele não concordou e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto lhe devia. Ao verem o que tinha acontecido, os outros companheiros, contristados, foram contá-lo ao seu senhor. O senhor mandou-o, então, chamar e disse-lhe: 'Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque assim mo suplicaste; não devias também ter piedade do teu companheiro, como eu tive de ti?’ E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos até que pagasse tudo o que devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar ao seu irmão do íntimo do coração.» Quando acabou de dizer estas palavras, Jesus partiu da Galileia e veio para a região da Judeia, na outra margem do Jordão. 

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