segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Evangelho e mensagem do dia 02/11/2009

Evangelho segundo S. Mateus 25,31-46.



«Quando o Filho do Homem vier na sua glória, acompanhado por todos os seus anjos, há-de sentar-se no seu trono de glória. Perante Ele, vão reunir-se todos os povos e Ele separará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. À sua direita porá as ovelhas e à sua esquerda, os cabritos. O Rei dirá, então, aos da sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.’ Então, os justos vão responder-lhe: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos peregrino e te recolhemos, ou nu e te vestimos? E quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?’ E o Rei vai dizer-lhes, em resposta: 'Em verdade vos digo: Sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes.’ Em seguida dirá aos da esquerda: 'Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, que está preparado para o diabo e para os seus anjos! Porque tive fome e não me destes de comer, tive sede e não me destes de beber, era peregrino e não me recolhestes, estava nu e não me vestistes, doente e na prisão e não fostes visitar-me.’ Por sua vez, eles perguntarão: 'Quando foi que te vimos com fome, ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não te socorremos?’ Ele responderá, então: 'Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.’ Estes irão para o suplício eterno, e os justos, para a vida eterna.» 

Mensagem

Há pouco tempo, estava no aeroporto e vi mãe e filha se despedindo.

Anunciaram a partida, elas se abraçaram e a mãe disse:

- Eu te amo. Desejo o suficiente para você.

A filha respondeu:

- Mãe, nossa vida juntas tem sido mais do que suficiente. O seu amor é tudo de que sempre precisei. Eu também desejo o suficiente para você.

Elas se beijaram e a filha partiu.

A mãe passou por mim e se encostou na parede.

Pude ver que ela queria, e precisava, chorar. Tentei não me intrometer nesse momento, mas ela se dirigiu a mim, perguntando:

- Você já se despediu de alguém sabendo que seria para sempre?

- Já - respondi. - Me desculpe pela pergunta, mas por que foi um adeus para sempre?

- Estou velha e ela vive tão longe daqui. Tenho desafios à minha frente e a verdade é que a próxima viagem dela para cá será para o meu funeral.

- Quando estavam se despedindo, ouvi a senhora dizer: "Desejo o suficiente para você". Posso saber o que isso significa?

Ela começou a sorrir.

- É um desejo que tem sido passado de geração para geração em minha família.

Meus pais costumavam dizer isso para todo mundo.

Ela parou por um instante e olhou para o alto como se estivesse tentando se lembrar em detalhes e sorriu mais ainda.

- Quando dissemos "Desejo o suficiente para você", estávamos desejando uma vida cheia de coisas boas o suficiente para que a pessoa se ampare nelas.

Então, virando-se para mim, disse, como se estivesse recitando:

- Desejo a você sol o suficiente para que continue a ter essa atitude radiante.

- Desejo a você chuva o suficiente para que possa apreciar mais o sol.

- Desejo a você felicidade o suficiente para que mantenha o seu espírito alegre.

- Desejo a você dor o suficiente para que as menores alegrias na vida pareçam muito maiores.

- Desejo a você que ganhe o suficiente para satisfazer os seus desejos materiais.

- Desejo a você perdas o suficiente para apreciar tudo que possui.

- Desejo a você "alôs" em número suficiente para que chegue ao adeus final.

Ela começou então a soluçar e se afastou.

Dizem que leva um minuto para encontrar uma pessoa especial, uma hora para apreciá-la, um dia para amá-la, mas uma vida inteira para esquecê-la.

Um comentário:

  1. Como o grão de trigo

    Uma vez plantada na terra, a cepa dá fruto a seu tempo. Da mesma forma, o grão de trigo, depois de ter caído à terra e de se ter dissolvido nela (Jo 12, 24), ressurge multiplicado pelo Espírito de Deus que tudo mantém. Depois, graças a um trabalho competente, esses frutos tornam-se utilizáveis pelos homens; seguidamente, recebendo a Palavra de Deus, tornam-se Eucaristia, quer dizer, corpo e sangue de Cristo.

    Da mesma forma, os nossos corpos, alimentados por essa Eucaristia, após deitados à terra e nela dissolvidos, ressuscitarão a seu tempo quando o Verbo de Deus lhes conceder a graça da ressurreição «para glória de Deus Pai» (Fil 2, 11). Porque Ele obterá a imortalidade para o que é mortal e a incorruptibilidade para o que é corruptível (1Cor 15, 53), porque a força de Deus manifesta-se na fraqueza (2Cor 12, 9).

    Sendo assim, acautelar-nos-emos de nos inflarmos de orgulho – como se fosse de nós mesmos que obtivéssemos a vida – e de nos levantarmos contra Deus, mantendo pensamentos de ingratidão. Pelo contrário, sabendo por experiência que é exclusivamente através Dele [...] que recebemos o dom de viver eternamente, nunca nos afastaremos dos pensamentos verazes sobre Deus e sobre nós mesmos. Conheceremos o poder de Deus e quantos benefícios Dele recebe o homem. Não nos equivocaremos a respeito da verdadeira concepção que é necessário ter de Deus e do homem. Aliás [...], se Deus permitiu a nossa decomposição na terra, não será precisamente para que, sabendo tudo isso, estivéssemos doravante atentos a tudo, de forma a não menosprezarmos nem a nós mesmos, nem Deus? [...] Se o cálice e o pão, pela Palavra de Deus, se tornam Eucaristia, como pretender que a carne é incapaz de receber a vida eterna?

    Santo Ireneu de Lião (c. 130-c. 208), bispo, teólogo e mártir
    Contra as Heresias V, 2, 3 (a partir da trad. de SC 153, pp. 37ss. rev.)

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